Nos idos de 1300, o primeiro imperador da dinastia Ming da China, Zhu Yuanzhang (1328-1398), escreveu, como forma de homenagear seus súditos muçulmanos que o auxiliaram a alcançar o trono, um poema de 100 carácteres, conhecido como o ”Bǎizìzàn” (百字讃) ou “Os Mil Elogios”, no qual o imperador da China exaltava a figura do Profeta Muhammad.

Relatos da época dizem que:

Vossa Majestade, ordenou que mesquitas fossem construídas em Xijing e Nanjing, capitais do Império, e no sul, em Yunnan, Fujian e Guangdong. Vossa Majestade também escreveu pessoalmente o ”bǎizìzàn” (百字讃) em louvor ás virtudes do Profeta.

Diversas cópias do poema foram distribuídas pelas mesquitas do Império na época, e podem ser vistas até hoje. Seus versos dizem o seguinte:

“Desde a criação do Universo
Deus já elegeu seu grande missionário
No Ocidente ele nasceu,
E recebeu as sagradas escrituras
E um livro composto de 30 partes
Para guiar a toda criação,
Mestre de todos os governantes,
Líder dos Santos,
Com o apoio dos Céus,
Para proteger sua nação,
Com 5 orações diárias,
Silenciosamente orando pela paz,
Com seu coração direcionado para Allah,
Dando poder aos pobres,
Os salvando-os das calamidades,
Vendo através do Invisível,
Afastando as almas e os espíritos para longe de todos os pecados
Misericórdia para o Mundo,
Trilhando o antigo e majestoso caminho,
Derrotando todo o mal,
Sua religião, é o Qing Zhen ( “Puro e Verdadeiro”, termo chinês para o Islã), Muhammad, o Grande e Nobre.”

Bibliografia

  • Tan Ta Sen, Dasheng Chen (2000). Cheng Ho and Islam in Southeast Asia. Institute of Southeast Asian Studies. p. 170.