A execução de cerca de duzentos cavaleiros templários, no desfecho da Batalha de Hattin (1187), ainda ecoa nas sensibilidades modernas sobre Saladino como uma decisão – pelo menos à primeira vista – tão polêmica quanto cruel. Embora os cavaleiros seculares tenham sido poupados e resgatados, o destino dos cavaleiros do Templo, não muito diferente de seus análogos hospitalários e dos “traidores” turcópolos, foi a decapitação. O que é mais curioso, porém, foi a significância religiosa atribuída pelo próprio Saladino, um sufi, ao ato de execução dos templários, conforme relatado pelo cronista Imad ed-Din (1125-1201):

“Saladino ordenou que fossem decapitados, preferindo matá-los em vez de mandá-los para a prisão. Com ele estava todo um bando de eruditos e sufis e um certo número de homens devotos e ascetas; cada um implorou para poder matar um deles, sacando suas espadas e dobrando suas mangas. Saladino, com o rosto alegre, estava sentado em seu estrado; os incrédulos mostraram desespero negro.” (Arab Historians of the Crusades, p. 138)

Diversos autores tentaram explicar essa decisão aparentemente destoante do caráter tolerante do Saladino das lendas. E apesar da sua imensa variedade, a sugestão de que a decisão de Saladino pode ter sido motivada pela ameaça de sincretismo constituída pelos templários é a que mais saltam aos olhos. Por mais que a explicação mais provável seja de que a execução tenha sido motivada pelo medo do sultão em deixar tamanha força-de-elite inimiga viva (STILES, 1999) ou como forma de punir os Massacres do Mar Vermelho e do Porto de Meca, a ideia de que os templários se adaptaram à cultura e ritos dos árabes não é exatamente uma tese proposta recentemente: ela já foi levantada na própria Idade Média, como forma de incriminar os templários durante o julgamento que levou à dissolução da própria Ordem, no início do século XIV.

“A reputação póstuma dos templários foi aumentada por sua aparente islamização antes de 1314, conforme descrito nas acusações em seu julgamento. O que é único em sua natureza decorre de seu papel percebido como uma ponte cultural […]. Alguns escritores do início do século XIV, como Pierre Dubois e Ramon Lull, acusaram os templários de vender o reino dos cruzados (que caiu em 1291) aos muçulmanos, mas esses rumores de arabização não apareceram diretamente nas acusações. Em vez disso, os advogados de Filipe julgaram os Templários por heresia e bruxaria. Por causa de sua insolvência crônica e falta de mão de obra na Palestina, os Templários foram forçados a manter relações muito mais próximas com os muçulmanos do que a maioria dos europeus achava confortável. Essa proximidade levou às acusações que os destruíram. Havia cinco acusações principais: a negação de Cristo, profanação do crucifixo por pisar ou cuspir, beijos rituais obscenos, sodomia e idolatria "islâmica". […] Essas acusações foram baseadas em visões contemporâneas do Islã e refletiam o terror dos cristãos latinos de serem infectados por heresias do Oriente, como o Islã e o catarismo. Guillaume de Nogaret, o autor das acusações, veio de Toulouse, no sul da França. Esta área foi o centro da Cruzada Albigense no início do século XIII e esteve sujeita à influência muçulmana nos séculos anteriores.”  (Ibid)

Originalmente, é claro, os templários eram tão “religiosamente intolerantes” quanto qualquer outro cristão da Europa Católica; e de certa forma até mais especialmente, em virtude do seu papel como braço armado da Igreja e milícia de cavaleiros da fé. Muito provavelmente, os templários originais e todos aqueles recém recrutados na Europa assentiriam plenamente aos discursos acalorados de São Bernardo de Claraval – criador da Regra da Ordem e, paradoxalmente, um misto de defensor e crítico da mesma – pelo morticínio generalizado dos infiéis que não estivessem dispostos a se converter; discurso da própria Segunda Cruzada, a qual os templários participaram. Mas na prática e na vivência diária, essas tendências mais militantes e intolerantes foram frustradas por algo bem mais simples e sutil: a convivência.

Para os católicos que viviam na Europa, os muçulmanos eram uma existência quimérica de paganismo, judaísmo, heresia cristã, canibalismo ritual e culto idolátrico à Maomé; ou um destes, em específico, ou uma coleção contraditória destes. Estes peregrinos armados, mais tarde chamados de cruzados, marchavam para a Terra Santa alimentados por mitos de crueldade islâmica beirando ao absurdismo, reforçadas por lendas sobre demônios, acontecimentos sobrenaturais e o próprio fim do mundo. Para aqueles cruzados que foram forçados a estabelecer diplomacia ou simplesmente que decidiram ficar, a religião que eles viriam a conhecer como islâmica se provaria muito diferente daquilo que era propagado pelo povo, por pregadores itinerantes, pelos santos e pelo próprio Papa. Era uma religião monoteísta, que se reivindicava abrâamica inclusive.

E embora mesmo cristãos que convivessem com islâmicos há séculos não estivessem isentos à difamações e lendas – basta lembrar a alegação de João al-Mansur de Damasco alegando que a Caaba era a cabeça de um ídolo de Afrodite e os seguidores originais de Maomé cultistas da deusa grega da beleza e do sexo, no geral os “francos”, como os nativos e os gregos decidiram chamar todos aqueles que vinham da Europa Católica, entendiam que a religião que dominava o panorama político e religioso da região era bem diferente do que se propagava na sua terra natal. Por esta mesma razão, alguns francos da Terra Santa inclusive escreviam tratados para solucionar mal-entendidos à respeito disso (MORTON, 2017).

Os Templários, e posteriormente outras Ordens Militares, irão estabelecer fortalezas próprias, feudos e adquirir responsabilidades territoriais e políticas. O uso da língua do inimigo já havia se tornado indispensável, e para essas e outras ocasiões, a função de oficiais turcópolos – “filhos de turcos”, o nome dado a turcos cristianizados ou nativos cristãos ou cristianizados que atuavam nas fileiras latinas – surgiu. Em tempo, até priorados distantes como os da Inglaterra possuíam seus próprios oficiais turcópolos; embora em épocas tardias, indivíduos como o frade John Longstrother (m. 1471), morto na Guerra das Rosas, fossem verdadeiramente europeus típicos com o conhecimento da língua e dos costumes do elemento islâmico à Oriente.

Se originalmente os templários se recusavam a se render ou a resgatar cavaleiros-frades em cativeiro islâmico, oferecendo antes uma espada para que os captores tratassem de lidar com seus prisioneiros numa mensagem mais do que clara, já em Hattin vemos exceções à regra: os 200 cavaleiros decapitados por guerreiros sufi haviam sido rendidos, o Grão-Mestre da Ordem foi poupado para ser resgatado em troca de uma fortaleza templária. Em tempo, as sedes templárias na própria Europa teriam embaixadas dos Sultanatos Mamelucos do Egito e de outros potentados relevantes.

“As ordens militares, especialmente a primeira, a Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão (Cavaleiros Templários) desempenhou um papel crítico na preservação dos reinos dos Cruzados na Palestina entre 1119 e sua queda em 1291. É geralmente reconhecido essa parte do sucesso dos Templários, tanto na Palestina quanto na Espanha, resultou de sua habilidade de lidar com o inimigo muçulmano em uma variedade de situações. Isso naturalmente envolveu alguma assimilação dos Templários na cultura local durante os séculos XII e XIII. [...] A arabização dos Templários parece ter sido um mecanismo adaptativo. Aparentemente, não há mais tolerância para com o Islã inerente à estrutura da Ordem do que em outras instituições cristãs medievais. Sob as condições certas, os templários podiam ser tão intolerantes quanto qualquer outro grupo cristão da época. Os Templários foram duramente criticados durante este período por sua real e percebida arabização. Sua arabização percebida foi, na verdade, muito maior do que sua assimilação real. Foi essa percepção que ocasionou sua queda final.” (STILES, 1999)

É importante tratar de algumas fontes primárias mostrando como os templários estabeleceram relações cordiais com seu inimigo muçulmano e, mais do que isso, como eles eram capazes de se aculturar e até relaxar sua ortodoxia em nome da boa vontade.

Um exemplo primordial que não só estabelece isto, mas que também mostra a distinção entre os francos locais e os estrangeiros recém-chegados é o relato do famoso cronista árabe Usama ibn Munqidh que por volta de 1175 escreveu:

“Quando estava em Jerusalém, costumava ir à mesquita Al-Aqsa, a Cúpula da Rochedo, ao lado da qual há um pequeno oratório que os francos converteram em igreja. Sempre que entrava nela, que estava em poder dos Templários que eram meus amigos, eles colocavam o pequeno oratório à minha disposição, para que eu pudesse rezar lá as minhas orações. Um dia, tinha entrado e dito o Allahu Akbar (''Deus é Maior'') e preparava-me para me levantar quando um franco se atirou a mim pelas costas, levantou-me e virou-me para que eu ficasse voltado para oriente. ‘É assim que se reza!’, disse. Alguns Templários intervieram imediatamente, agarraram o homem e afastaram-no do meu caminho. Mas assim que o deixaram ele agarrou-me de novo, obrigou-me a virar para o oriente e repetiu que era assim que se rezava. De novo os Templários intervieram e levaram-no. Pediram-me desculpa e explicaram: ‘É um estrangeiro que só chegou hoje e nunca viu ninguém orar para qualquer outra direção que não fosse para oriente’. ‘Terminei as minhas preces’, respondi e saí estupefacto com o fanático.” (Autobiografia de Usama ibn Munqidh. Disponível em: https://co-geeking.com/2019/06/17/quotes-the-templars-who-were-my-friends/)

Em outras ocasiões, o cronista diz ainda mais escancaradamente:

"Entre os francos existem aqueles que se aclimataram e há muito se associam aos muçulmanos. Estes são muito melhores do que os recém-chegados das terras francas. Mas eles constituem a exceção e não podem ser tratados como regra.Aqui está uma ilustração. Mandei um dos meus homens para Antioquia a negócios. Havia então em Antioquia al-Ra'is Theodoros Sophianos, a quem eu estava ligado por mútuos laços de amizade. Sua influência em Antioquia era suprema. Um dia ele disse ao meu homem: "Fui convidado por um amigo meu que é franco. Você deveria vir comigo para ver a moda deles." Meu homem contou a história com as seguintes palavras:

Fui com ele e chegamos à casa de um cavaleiro que pertencia à velha categoria de cavaleiros que vinha com as primeiras expedições dos francos. Ele já havia sido riscado do registro e isento do serviço, e possuía em Antioquia uma propriedade com a renda de que vivia. O cavaleiro apresentou uma excelente mesa, com comida extraordinariamente limpa e deliciosa. Vendo-me abster-se de comida, ele disse: "Coma, beba boa cerveja!. Eu nunca comi pratos francos, mas tenho cozinheiras egípcias e nunca como, exceto quando elas cozinham. Além disso, a carne de porco nunca entra em minha casa." Comi, mas com cautela, e depois partimos.

Quando eu estava passando pelo mercado, uma mulher franca de repente se pendurou nas minhas roupas e começou a murmurar palavras na língua deles, e eu não conseguia entender o que ela dizia. Isso logo me tornou o centro de uma grande multidão de francos. Eu estava convencido de que a morte estava próxima. Mas, de repente, o mesmo cavaleiro se aproximou. Ao me ver, ele veio e disse àquela mulher: "Qual é o problema entre você e este muçulmano?" Ela respondeu: "Este é ele quem matou meu irmão Hurso." Este Hurso era um cavaleiro em Afiimiyah que foi morto por alguém do exército de Hamah. O cavaleiro cristão gritou com ela, dizendo: "Este é um burguês (ou seja, um comerciante) que não luta nem comparece a uma luta." Ele também gritou com as pessoas que haviam se reunido e todos se dispersaram. Então ele me pegou pela mão e foi embora. Assim, o efeito daquela refeição foi minha libertação da morte certa.” (Autobiografia de Usama ibn Munqidh. Disponível em: https://sourcebooks.fordham.edu/source/usamah2.asp)

Por mais que os templários tivessem sido alvo da demonização por sua aproximação com os muçulmanos em sua terra natal, esse processo não foi exclusivo da Ordem, como podemos ver no enxerto acima. Verdadeiramente, tanto francos seculares quanto os cavaleiros das Ordens estavam sujeitos aos mesmos espíritos de aculturação, o que até faz sentido quando temos em mente a força da cultura arabo-islâmica naquele tempo.

“Com sucessivas gerações, as tradições europeias deram lugar aos costumes e prazeres do Oriente. Os invernos curtos, tempestuosos, e os verões longos e quentes transformaram a moda, a dieta, e o estilo de vida. Os francos abandonaram suas lãs e endossaram o albornoz e o turbante orientais, o cafié e os escarpins de bico virado para cima. Na falta de madeira para móveis, sentavam de pernas trançadas em tapetes com desenhos e em divãs de penas, enfeitavam suas mansões de pedra com seda e damasco, perfumavam e lavavam suas senhoras com cosméticos e os quartos com incenso, velavam e lavavam as damas a fazer compras nos bazares ao ar livre, tomavam banho em fundas bandeiras e descobriram o prazer do sabão, cultivavam flores exóticas nos jardins, falavam árabe fluente, temperavam o arroz com açafrão e o chá com açúcar e limão, encerravam as refeições com melões e tâmaras e divertiam-se com flautas árabes e dançarinas nativas árabes. Era boa a vida naquele exótico jardim das delícias.

‘’O senhor fez o deserto tão farto que onde habitavam dragões e serpentes surgiram juncos e taquaras verdes’’, disse um morador de Acre.

Com o tempo, alguns ocidentais casaram com sírias, armênias e bizantinas. Essas uniões criaram uma nova classe de sírios-europeus conhecidos como poulains, que se traduzia como ‘’meninos.’’ Os europeus de segunda e terceira geração consideravam-se mais galileus e palestinos que franceses ou romanos, mais cidadãos de Tiro e Antioquia que de Reims ou Toulouse. Embora vestissem trajes nativos e frequentassem confortavelmente os ruidosos souqs, e até mesmo demonstrassem um certo grau de tolerância, os europeus jamais perderam o senso de que eram forasteiros em seu ‘’Outremer’’. Adaptavam-se, mas não aceitavam. Não eram colonos, mas ocupantes. Avaliavam sua vulnerabilidade e impermanência como se pretendessem evitar ser a última geração a experimentar aqueles prazeres sensuais.

Em fins do século XII, visitantes europeus no Oriente ficaram chocados com a corrupção e a arrogância, a moleza e até mesmo o efeminamento dos primos distantes.” (RESTON, 2002)

Os governantes muçulmanos se aproveitavam dessa distinção em suas diplomacias, plenamente conscientes de ambos os tipos de francos. Um caso notório é o do Cerco de Damasco, na Segunda Cruzada, que foi desmanchado pelas maquinações políticas dos próprios muçulmanos:

 

“Unar [o governante de Damasco] escreverá a todos os príncipes da região pedindo reforços, e estes começam a chegar à cidade sitiada. Anuncia-se a vinda de Nu­reddin à frente do exército de Alepo, assim como a de seu irmão Saifeddin com o exército de Mossul. A sua aproximação, Moinuddin envia, segundo Ibn al-Athir, ‘‘uma mensagem aos franj estrangeiros e uma outra aos franj da Síria”. Com os primeiros, ele emprega uma linguagem simplista: ‘‘O rei do Oriente está chegando; se vós não partirdes, entregar-lhe-ei a cidade, e vós lamentareis”. Com os outros, os “colonos”, ele utiliza uma linguagem diferente: “Vós enlouquecestes ao ajudar aquela gente contra nós? Não com­preendestes que se eles o conquistarem em Damasco, procurarão arrancar vossas próprias cidades? Quanto a mim, se eu não conseguir defender a cida­de, entregá-la-ei a Saifeddin, e vós sabeis que, se ele tomar Damasco, vós não mais podereis vos manter na Síria”. (MAALOUF, 1994)

Os templários, porém, sobreviveram além da Era dos Estados Cruzados. Quando a Ordem foi julgada e cassada, a animosidade contra os cavaleiros foi levantada em uma época onde os francos da Terra Santa já não mais existiam. Ainda assim, a Ordem desfrutava de grande prestígio entre autoridades muçulmanas, como havia sido nos séculos passados:

“Numerosos tratados e acordos políticos de paz entre os reis cristãos e muçulmanos no contexto das Cruzadas eram firmados pelos templários, porque, como escreveu o cronista árabe Aboul Faradj, eles eram “considerados como homens puros, incapazes de faltar à sua palavra''. Por via de regra, monges cristãos são descritos no Alcorão (5:82) como: "Constatarás que aqueles que estão mais próximos do afeto dos fiéis (muçulmanos) são os que dizem: Somos cristãos!, porque dentre eles há sacerdotes e monges que não se ensoberbecem de coisa alguma."

Entretanto, toda esta amizade templária pelos infiéis não era sempre bem vista, como denuncia uma crônica cristã contemporânea; “Sei de boa fonte que vários sultões foram recebidos de bom grado e com grande pompa na Ordem, e que os próprios Templários lhes permitiram celebrar as suas superstições com a invocação de Maomé.''

Do lado muçulmano, a suspeita dessa ''amizade'' com cruzados também pode ser vista nos relatos do contemporaneo Ibn Jubayr ( 1145-1217):

”Nós nos mudamos de Tibnin (fortaleza cruzada no Sul do Líbano) – que Deus a destrua – ao amanhecer de segunda-feira. Nosso caminho era através de fazendas contínuas e assentamentos ordenados, cujos habitantes eram todos muçulmanos, vivendo confortavelmente com os francos (cruzados)… Eles entregam metade de suas colheitas aos francos na época da colheita, e pagam também uma taxa de um dinar e cinco qirat para cada pessoa. Para além disso não são incomodados, exceto por um imposto leve sobre o fruto de suas árvores. As casas e todos os seus efeitos são deixados à sua completa posse. Todas as cidades costeiras ocupadas pelos francos são administradas dessa maneira, seus distritos rurais, as aldeias e fazendas pertencem aos muçulmanos. Mas seus corações foram seduzidos, pois eles observam o quão diferente deles em facilidade e conforto estão seus irmãos nas regiões muçulmanas sob seus governadores (muçulmanos). Este é um dos infortúnios que afligem os muçulmanos. A comunidade muçulmana lamenta a injustiça do proprietário de sua própria fé e aplaude a conduta de seu oponente e inimigo, o senhorio franco, e está acostumada à justiça dele.”

Com o passar do tempo, o agravante das denunciações devido a relativas boas relações entre templários e muçulmanos ficava ainda maior, pois cavaleiros renomados chegavam até mesmo a abandonar a fé católica pelo Islã como foi o caso de Robert de St. Albans.

Robert era um cavaleiro templário inglês que se tornou muçulmano em 1185 e liderou o exército de Saladino contra os cruzados em Jerusalém. Robert acabou se casando com a sobrinha do sultão curdo. A conversão do templário ao Islã causou consternação significativa entre os cruzados, e provocou má vontade em relação aos Cavaleiros Templários em geral, cada vez mais vistos sob suspeita.

Décadas mais tarde, quando a ordem foi dissolvida e acusada de heresia pelas autoridades católicas em 1312, com muitos de seus membros queimados na fogueira por motivos mais financeiros e políticos de que religiosos, os documentos chegam a mencionar suas simpatias islâmicas e convivência com os sarracenos como crimes explícitos.” (PEIXOTO, 2020)

REFERÊNCIAS:

GABRIEL, Francesco. Arab Historians of the Crusades. Dorset Press, 1989.  

STILES, Paula Regina. Between Two Faiths: the Arabization of the Knights Templar during the Crusades.

MORTON, Nicholas. Was the First Crusade really a war against Islam? History Today, vol. 67, issue 3. Disponível em: < https://www.historytoday.com/archive/crusades/was-first-crusade-really-war-against-islam>. Acesso em 17 de julho de 2021.

RESTON JR, James. Guerreiros de Deus: Ricardo Coração de Leão e Saladino na Terceira Cruzada. Imago Editora, 2002, p. 30-31.

PEIXOTO, Victor. Histórica Islâmica, 2020. Disponível em: < https://www.facebook.com/historiaislamica/posts/1396953437166551>. Acesso em 14 de julho de 2021.

MAALOUF, Amin. As Cruzadas Vistas pelos Árabes. São Paulo: Editora Brasiliense, 4ª ed. 1994.